03 junho 2005

Donas de casa desesperadas

Seguindo o caminho traçado com a compra e emissão da série CSI (Crime Scene Investigation), a SIC parece lançada numa missão para recompensar todos aqueles que não apreciam as produções da Globo (às vezes o canal de Carnaxide mais parece a Globo Portugal...).
Depois de uma série com uma qualidade soberba como CSI, que rapidamente conquistou uma larga legião de seguidores, surge agora na grelha da SIC a série "Donas de Casa Desesperadas".
Os dados que tinha sobre esta produção levaram-me a temer que o argumento fosse terrivelmente colado ao apresentado por outra série também transmitida pela SIC, "O sexo e a Cidade".
Porém, o primeiro episódio bastou para me convencer que não se confirmavam os meus piores prognósticos. Uma das poucas semelhanças é o facto de também focar o dia-a-dia de um grupo de membros do sexo feminino, que no entanto detêm histórias pessoais bastante distitas entre si. Além disso, as personagens não apresentam um comportamento sexual obcecado como sucedia em "O Sexo e a Cidade".
Mais do mais, o argumento da série apresenta nuances constantes e um mistério de fundo, o móbil do suícidio de Mary Alice Young, que só por si é capaz de nos prender frente ao ecrã.
A história contém também, de forma latente, a questão das aparências. Ao assistirmos ao desenrolar dos episódios, descobrimos que todas as personagens possuem detalhes pessoais que escondem de todo o mundo, até das pessoas que vivem na porta ao lado. Esse facto é desde logo catapultado pela morte de Mary Alice (Brenda Stong, narradora da história), que transparecendo uma vida super feliz para as amigas e vizinhos, acaba por se suicidar devido a motivos pessoais, desconhecidos de toda a gente, menos do marido. Faz-nos pensar que mesmo a pessoa que pensamos conhecer perfeitamente, poderá afinal tornar-se num completo estranho se soubermos de detalhes mais pessoais da sua vida...
Assistam que vale bem a pena, para mais num horário normal (eia!), domingos à tarde (repete com um episódio de atraso terças-feiras depois do exército de novelas da Globo).

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