"Quando o ponteiro dos segundos passar por mim outra vez,
Pedir-lhe-ei para ele esperar um bocadinho,
Para que me deixe observar esta nuvem que só passará por mim uma vez
Quando a próxima gota de chuva cair em cima de mim,
Pedir-lhe-ei para percorrer todo o meu corpo,
Quero sentir tudo até ao fim
Quando a próxima folha do meu calendário cair,
Não vou perder tempo a pô-la no lixo,
Vou sair à rua e sorrir
Quando a minha próxima lágrima cair,
Vou deixá-la descer e sozinha enxugar,
Só assim crescerei,
Só assim ela poderá cicatrizar
Quando o ponteiro dos segundos passar por mim desta vez,
Porque francamente ele anda demasiado rápido, vou pedir-lhe que páre,
Mesmo enquanto escrevi esta linha, ele passou por mim outra vez."
Álvaro Graça - 06/07/2005
4 comentários:
excelente...
Agradeço o comentário mas se não for pedir demais, também apreciava que se identificassem...Não temam porque não haverá represálias!
passei aqui por acaso e como gosto muito de poesia não resisti a "postar". Não conheço o autor desta poesia, mas imagino-o como sendo uma pessoa a quem a vida já pregou algumas partidas. São as quedas que fazem as pessoas crescer e tornarem-se mais fortes.
O ponteiro dos segundos também parece remeter para algo no passado que marcou muito o autor, como que dizendo que por mais que o tempo passe a vida vai deixando sempre as suas marcas. Mas isto são só suposições e valem o que valem.
Um abraço de um viajante da blogosfera. Continue o bom trabalho
SEM COMENTARIOS, MAS OBRIGADO POR ESTE LINDO POEMA
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