[o Lone Aliver 2 ou o anjo da guarda festivaleiro]
No último dia, avancei ainda mais cedo para o recinto (para mais tarde descobrir que passei o festival enganado nas horas, por ver o panfleto de forma errada).
Decidi assistir desde logo à actuação dos A Silent Film. Apesar de não cairem muito no meu gosto musical, pensei que tivessem mais interesse. Curiosamente foi durante a apresentação de novos temas que o concerto subiu o impacto, coisa que raramente sucede. (6/10)
Se no primeiro dia o palco principal nada tinha para me oferecer, neste dia a coisa não estava muito distinta. Olhando para o alinhamento percebia claramente que só me dirigiria àquele palco para desfrutar a Dave Matthews Banda (DMB).
No entanto, e como o corpo apresentava cada vez menos bateria, no intervalo entre os A Silent Film e Los Campesinos!, decidi descansar no alcatrão em frente a Ayo. Apenas ouvi 2 ou 3 temas e como tal não vou encetar avaliações.
Los Campesinos! vieram agitar as massas com o seu som estridente e a sua dupla voz sempre no limite do agudo. Fizeram-me pensar em descrevê-los como se os Belle & Sebastian ou os Bright Eyes tivessem sido invadidos por pedaleiras de distorção e bateristas enfurecidos.
Foram de longe das melhores bandas em termos de interacção com o público e no final, ambas as partes estavam rendidas.
"The members of Los Campesinos are Benfica fans!". Também cai sempre bem. (7.5/10)
Seguia-se a actuação que mais me preencheu. E surpreendentemente, ou não, veio do palco nacional. Os Madame Godard deram simplesmente um concerto irresistível. Soou tudo perfeito. Com muita pena minha, a tenda apresentava talvez a moldura humana mais fraca dos concertos que ali vi.
"Love is Poker" confirma-se como um dos temas nacionais mais fortes dos últimos anos e até a versão de "Spanish Bombs" esteve soberba.
Aposto que se David Byrne os visse, contratava-os na hora para a Luaka Bop. Cheirava a Vampire Weekend naquele espaço. (9.5/10)
Sentei-me a ouvir um pedaço da performance de Trouble Andrew mas não me aqueceu, e após a bucha, tempo para sentir Linda Martini. Desta feita, o palco nacional estava a transbordar. E em boa hora porque a banda mostrou-se muito forte, completamente venerada pelo público.
Tive pena mas não consegui terminar o concerto porque sentia que começava a ficar sem costas. (8/10)
Vai daí, sentei-me na esplanda situada na lateral do palco 2. Assistia aos pulos do pouco público às batidas providenciadas pelos Autokratz. A mim não me fizeram pular, até porque nem conseguiria naquele momento. (3/10)
E penso que no alinhamento deste dia residiu uma das falhas. Claramente, Lykke Li teria que ter entrado em cena antes desta dupla. Para quê entalar a sueca entre as batidas monstruosas dos Autokratz e das bandas seguintes? Além de me estragar o alinhamento, porque ao fim da primeira música zarpei para ver DMB, não fez sentido nenhum.
Chegava então a hora de encerrar o palco principal com a DMB. E foi tão épico que acho que deveriam rever o nome e passá-lo para Dave Matthews Orchestra!
O líder é um excelente mestre cerimónias. Sublime a piadola acerca das mocinhas que executavam danças supostamente sexy na torre em frente ao palco. (Apenas mais uma estupidez em que a organização decidiu insistir).
Tal como prometeu, cumpriu. Tocaram durante 2h30 (mais dois encores). E foi estonteante a química daquela banda, que ainda por cima mantém sempre o sorriso nos lábios enquanto executam a sua arte, mesmo apesar da tragédia que recentemente desabou sobre a banda. (8/10)
Fechavam-se assim as portas do festival. E fiz questão de ficar até que me pedissem mesmo para sair, enquanto se degustavam as últimas imperiais.
Até para o ano, se Deus quiser!
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