Este Sábado, a noite foi passada no Night & Day Café. Este espaço situa-se na zona de Manchester conhecida por Northern Quarter, que para vos dar uma ideia corresponde ao Bairro Alto local. O Xposure Live, evento organizado pela XFM Manchester (equivalente a Radar FM em Portugal), era consistido por três projectos, Brightblack Morning Light, Jill Barber e Tunng.
Os Brightblack Morning Light (BML) são daquelas bandas em que apesar de terem as ideias no sítio, apresentam ainda alguma falta de criatividade e rasgos que diferenciam os seus temas uns dos outros. Música vagarosa, vozes dissimuladas e uma semelhança inegável com bandas da linha de Tortoise. O set dos BML apresentou ideias que já têm bases para crescer, falta agora polvilhar-las com toques critativos.
A fadiga apertava, depois de um Sábado de trabalho, e a prestação dos BML não ajudou. Decidi sentar-me um pouco. Mas ao interpretar o seu terceiro tema, Jill Barber fez-me levantar e aplaudir de pé o resto da sua actuação. Originalmente canadiana, Jill apresentou-se em palco com sua guitarra acústica e com um guitarrista solo que ia adicionando notas perfeitas às vocalizações da cantora, cuja voz preenche completamente as canções. Entre o country mais arenoso e o jazz mais fumarento, Jill canta os seus sentimentos sem rede, com letras bem explícitas. Uma cantora que passarei a seguir com atenção.
Finalmente chegava a hora dos Tunng subirem ao palco e de uma vez por todas o cansaço desapareceu. A energia e a alegria que as composições deste sexteto emana rejuvenesceu-me. As canções do conjunto britânico começam normalmente com melodias pueris e inocentes, às quais são sobrepostas camadas de sons e batidas distorcidas, que tentam corromper a inocência dos sons iniciais. No meio desta anarquia sonora, os Tunng conseguem ser ditadores e manipular de forma a que a qualidade não seja lesada. A conjugação electro-folk-acústica é portanto perfeita, criando uma atmosfera refrescante.
O sexteto é composto por 3 guitarristas-vocalistas, uma vocalista que explora musicalmente todo o tipo de bugigangas e marroquinarias, outro elemento responsável pela percussão e um outro que lida com a parte electrónica. Apesar do leque de elementos que recheiam os temas, os Tunng mantêm uma organização sonora irrepreensível. Repito, são ditadores no meio do caos!
Os Tunng vão ser grandes, têm tudo para o ser. Caso não o sejam, não sou eu que não entendo nada disto, é só mais uma prova que o mundo musical está mais injusto que nunca.
24 outubro 2006
TUNNG @ Night & Day Café
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1 comentário:
é todo o mundo, não só o musical :-)
agora vou pedinchar um bilhete para o Sufjan na Market street
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