às vezes não estamos à espera,
como um boxista distraído a olhar para a hora,
sem imaginar que o chão vai embora.
às vezes ficamos mais baralhados que o vento,
que não dá tréguas e em breve nos levará o alento.
tamanho vento que até o largo perde a graça,
e, de imediato, ficamos diminuído face aos sorrisos na face de quem passa.
não saímos de casa para uma coisa destas,
mas ainda bem que já voltámos, ainda que com as pernas pouco lestas.
o paradeiro das ideias é incerto,
mas, ao menos, o corpo pode encolher-se sem pejo,
sem ninguém por perto que lhe crave um beijo.
como um boxista distraído a olhar para a hora,
beijando o tapete inconscientemente, à nora.
08 outubro 2019
boxista a ver as horas.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário